terça-feira, 9 de junho de 2009

Fórum

O ONU em Pauta foi as ruas e perguntou as pessoas: O que você acha da atuação da ONU no mundo?

“Eu acredito que a atuação da ONU no mundo é muito importante, sobretudo nos casos de urgência e calamidade, porém acredito também que ela atue de forma superficial, apesar de ter a finalidade de promover a cooperação internacional e conseguir a paz e a segurança.Muitas vezes seus feitos não são disseminados e não sabemos ao certo em que consiste seus feitos. Apesar de ser a maior organização internacional, cujo objetivo principal é criar e colocar em prática mecanismos que possibilitem a segurança internacional, desenvolvimento econômico, definição de leis internacionais, respeito aos direitos humanos e o progresso social, ainda tem um regimento que depende das doações de seus estados-membros.Ao meu ver, deveria haver uma maior dinamização e alcance a problema palpáveis e reias, que acontecem diariamente”.
Viviane Barreto, 22, estudante de Direito.

“Mesmo que ela tenha um espaço ela não tem o poder.Até a guerra do Iraque os paises buscavam a legitimidade da ONU. No governo Bush, os Estados Unidos exacerbaram o uniteralismo, agindo de forma unilateral e a ONU passou a não ser importante e desapareceu. Com Barack Obama surge a pespectiva do retorno da mesma. A reformulação da ONU pode se considerar muito complicada e o Brasil coloca muito peso para fazer parte dela”.
Bernardo Carvalho, jornalista.

“Os trabalhos desenvolvidos pela ONU acho de extrema importância para o mundo com exemplo a educação, o combater a fome e as doenças, proteção aos animais e o meio-ambiente e os direitos humanos. Muitos destes programas são eficazes e ajudam os países pobres, mas acho que não tem voz ativa”.
Amarantina Ribeiro, 48, professora.

“A influência da ONU sobre o mundo variou ao longo dos anos. Durante a Guerra Fria, a ONU não teve voz ativa, já que os dois principais membros, URSS e EUA, eram inimigos. Ela, ao me ver se empenha mais em missões de paz e direitos humanos. Mas como os Estados Unidos mandava ela estava sem poder, agora quem sabe com o novo governo isso não muda”.
Antônio Geraldo, 48, analista de sistemas.

“Acho que a ONU perdeu seu prestígio.O seu papel não tem mais a devida importância, principalmente depois das invasões do Estados Unidos e outros paises no Iraque”
Maria Emília, 32, secretária executiva

O que é a ONU?

Por Renata de Santana


A Organização das Nações Unidas (ONU) nasceu oficialmente em 24 de outubro de 1945, durante uma Conferência em San Francisco, nos Estados Unidos, onde houve a assinatura de uma Carta, uma espécie de Constituição para os países membros, por 51 países que se reuniram voluntariamente. O foco principal da organização é a manutenção da paz e o desenvolvimento de todos os países do mundo.

Segundo o site oficial da organização no Brasil (http://www.onu-brasil.org.br/) “a missão da ONU parte do pressuposto de que diversos problemas mundiais – como pobreza, desemprego, degradação ambiental, criminalidade, Aids, migração e tráfico de drogas – podem ser mais facilmente combatidos por meio de uma cooperação internacional”.

Seus objetivos, portanto, são: manter a paz mundial, proteger os direitos humanos, promover o desenvolvimento econômico e social das nações, estimular a autonomia dos povos dependentes e reforçar os laços entre todos os estados soberanos. E um dos feitos mais destacáveis da ONU foi a proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948.

As Nações Unidas têm sua sede em Nova Iorque. Atualmente, tem mais de 190 países membros e é presidida pelo sul-coreano Ban Ki-moon. A ONU é mantida por contribuições financeiras feitas pelos países membros e investe, em forma de empréstimos ou doações em desenvolvimento. E utiliza seis línguas oficiais que são traduzidas em suas reuniões simultaneamente: árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo.

Seus principais órgãos são a Assembléia Geral, o Conselho de Segurança, o Conselho Econômico e Social, o Conselho de Tutela, o Tribunal Internacional de Justiça e o Secretariado. E há dois níveis básicos de decisões dentro na ONU: a Assembléia Geral, que conta com a participação de todos os membros e as decisões são tomadas com o aval da maioria e o Conselho de Segurança, constituído por quinze membros.

Charge: O peacekeeper


ONU e Brasil: uma relação cordial

Por Cristiana Nery

Sendo um dos 192 Estados soberanos que compõem a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil estabelece relações consideradas cordiais com este sistema. A principal atuação do país nas Organizações está diretamente relacionada com as representações brasileira existentes em quatro cidades, nas quais há dependências da ONU, sendo duas Delegações Permanentes – Genebra e Paris -, uma Representação Permanente – Roma (junto à Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO)) - e uma Missão Permanente em Nova York.

Os principais trabalhos desenvolvidos pela equipe de 71 profissionais brasileiros, que são mantidos pelo Ministério das Relações Exteriores nestas representações, são voltados para o combate a fome e a pobreza, paz e os direitos humanos, questões que envolvem a Ásia, áfrica e Oriente Médio. A relação do Brasil coma ONU acontece de dois âmbitos: tanto a ONU desenvolve projetos brasileiros, como o Brasil apoia programas da ONU. (Ver exemplo em : http://www.youtube.com/watch?v=98-LosfKNOY)

Por outro lado, “ONU tem representação fixa no Brasil desde 1950, quando o UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e a OIT (Organização Internacional do Trabalho) começaram seu trabalho no país”, destaca o site Nações Unidas no Brasil.

Entre os principais documentos da ONU que contam com o apoio do Brasil, estão a Declaração Universal dos Direitos Humanos, as Regrais Gerais das Pessoas com Deficiência e as Metas para o Milênio.

Saiba mais sobre a relação do Brasil com a ONU em: http://www.onu-brasil.org.br/

"A ONU sempre teve o papel de garantir a liberdade de expressão"

Por Luiza Ribeiro
Desde que foi criada, a ONU sempre esteve presente nas coberturas jornalísticas. Mas, algumas vezes, para conceder informações internas para jornalistas, ela é um tanto controladora por conta dos principais países membros. Em entrevista concedida ao ONU em Pauta, o jornalista José Carlos Peixoto Jr., que já trabalhou na cobertura internacional, explicou como se dá a relação do jornalismo e da ONU, e a influência dos principais países membros.



ONU em Pauta: Como e quando as notícias da ONU recebem devida importância?
José Carlos Peixoto: As notícias da ONU têm importância à medida que relatem o que de fato esta entidade representa; vale registrar que a ONU tem sido a principal ferramenta de ação política do governo dos Estados Unidos, posto que, nos últimos anos, tem agido com beneplácito em relação às políticas intervencionistas e imperialistas daquele país. Na grande mídia internacional existe a fabricação do consenso em torno da hegemonia dos Estados Unidos e, lamentavelmente, a ONU faz parte desse jogo.

OP: Como foi a sua relação com a ONU quando trabalhou na cobertura internacional?
JP:
Já fiz notícias sobre a ONU quando residia em Brasília e fiz duas reportagens que contemplavam operações de ajuda humanitária desta entidade para o Timor Leste, à época ainda ocupado pelas forças da Indonésia. Na representação diplomática da ONU em Brasília, apurei como seria feita a entrega de alimentos no Timor, que vivia uma situação desesperadora.

OP: Há uma boa relação entre a ONU e os jornalistas?
JP:
Nem tanto. Às vezes a ONU é reticente em ceder informações quando se trata de contrariar interesses dos países que efetivamente a controlam, a exemplo dos Estados Unidos, França, Alemanha, Inglaterra.

OP: Muitos jornalistas morreram em coberturas de guerras ou sofreram ameaças. Como a ONU vê isso?
JP:
Neste aspecto a ONU sempre teve um papel de garantir a liberdade de expressão e denunciar os crimes contra a imprensa e os profissionais de imprensa; assim transcorreu, por exemplo, nos conflitos sangrentos da região dos Balcãs, no leste da Europa.

OP: Qual a importância da ONU para o jornalismo?
JP: A ONU é uma das principais fontes acerca das relações internacionais; os conflitos que ela intermédia e procura equacionar são, inquestionavelmente, pautas para o jornalismo. Uma entidade do porte da ONU consegue fazer de uma simples reunião de rotina uma boa sugestão de pauta.

OP: Como jornalista, o que acha da atuação da ONU no mundo?
JP: Acho que a ONU não cumpre o papel que a sociedade mundial espera que cumpra, posto que, como já disse, ela está factível a agir, na maior parte das vezes, de acordo com os interesses das grandes potências internacionais e não como um instrumento regulador e balizador do interesse da maior parte da população do planeta.



José Carlos Peixoto Jr. é jornalista, mestre em História pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e professor de mídia e política.

Charge: "ONU no combate à fome"


Charge: Na faixa de gaza...